Rafaela Guimarães é graduanda em Jornalismo e autora dos livros "Cordas Rompidas" e "Reencontros", pela Editora Baraúna. Com tramas que abordam relações afetivas interrompidas de diferentes formas, a autora conta sobre sua experiência, que já proporciona deleite.
Estante Insólita - Conte um pouco do seu trabalho e do enredo de seus livros.
Rafaela Guimarães - Meu primeiro livro foi lançado em 2011, “Cordas Rompidas”,
em que se passa a história da Lizzie, que é uma personagem que, aos 16 anos,
sofreu um acidente de carro, perdeu tudo, perdeu o namorado, perdeu os amigos
e, dois anos depois, vai para a faculdade e se fecha em um “casulo”: ela
acha que nunca vai ter de volta a vida que tinha antes, que ela não merece ter
uma vida tão boa quanto a que ela teve com aquelas pessoas e ela não quer
substituir aquelas pessoas. Em um dia fatídico, ela encontra Greg, que é o
personagem principal da história e houve um erro no sistema: eles vão ter que
dividir o dormitório. Ele é carinhoso com ela, uma pessoa legal e não entende
por que ela é tão fechada com a vida. Ao mesmo tempo em que ela não quer
mostrar o que aconteceu, ela se apaixona por ele e a história tem uma passagem
de três anos em que acontecem reviravoltas. E “Reencontros” é, particularmente,
um xodó meu. É a história de um músico britânico que tem o sonho de batalhar pela carreira e encontra a melhor amiga dele, dez anos depois, na
internet. Ela está morando em Los Angeles e fala “Tenta a sorte aqui comigo em
Los Angeles”, então ele vai para lá tentando o sonho de ser músico e os dois
ficam em um conflito: eram amigos há anos, quase irmãos, as famílias eram muito
unidas, mas ele era um típico “galinha”, aquele galanteador, aquele “cafa” que
fica super apaixonado pela antiga irmã e não sabe lidar com a situação.
EI - Quais são as suas inspirações para escrever?
RG - Muita música. Acho que música é o que dá toda a base para
escrever, gosto de pegar as que se encaixam nos momentos certos, uma letra, uma
melodia, muito vídeo (Youtube), livros também e pesquiso as características dos
personagens para ter uma base, porque eu gosto de deixar tudo linear para o
leitor conseguir ver exatamente o que eu quero mostrar.
EI - Quais as dificuldades e facilidades para a publicação de seus livros?
RG - São mais dificuldades do que facilidades no meio literário,
mas em 2011, a Editora Baraúna, de São Paulo, abraçou meus dois projetos.
Sempre tem a dificuldade de não ter em todas as livrarias ou não ter em algumas
livrarias físicas, sobre os valores, nós não temos o controle, porque as pessoas
acham que o livro é caro porque é o autor que está colocando o preço, mas não
tem nada a ver, nós não temos a disponibilidade para escolher o valor do
próprio livro. Mas estou, oficialmente, no mercado há dois anos e as coisas
estão mudando muito e para melhor para o autor nacional, principalmente porque
o brasileiro está lendo autores nacionais, porque nós temos a mania de comprar
tudo de fora, nesses dois anos melhorou muito e em uns cinco anos nós vamos ter
muita melhoria neste meio, tanto que a gente está tendo foco para o autor
nacional e não era assim. Na Bienal do Rio, por exemplo, tinha diversos autores
nacionais, pessoas comparecendo, vibrando e você não se imagina neste papel.
EI - Como tem sido a aceitação do público?
RG - Quando a gente começa a escrever, não pensa no que vai
acontecer. Eu comecei a escrever com 15 anos, publiquei pela primeira vez aos
18, mas não imaginei o que iria acontecer. Então, quando alguém diz “Eu estou
apaixonada pelo Thomas ou pelo Greg”, é sempre como se fosse a primeira vez,
porque quando alguém agradece e fala que o livro marcou a vida em algum
momento, dá vontade de eu agradecer e isso não muda, podem me elogiar 30 mil
vezes que todas elas serão sempre iguais. (Risos)
EI - Qual dos seus livros é o seu preferido e por quê?
RG - É a mesma coisa que falar “Qual seu filho favorito?”.
“Reencontros” foi, oficialmente, meu segundo livro lançado, mas foi o primeiro
que eu escrevi. Particularmente, eu sou apaixonada pelos dois, mas o Greg é mais
calmo, é aquele que vai querer te entender, vai procurar o que está acontecendo
com você. O Thomas é aquele sarcástico que vai falar “Para com isso!”, vai te
dar um tapinha nas costas, um peteleco na orelha - ele faz muito isso no livro -,
então os dois são muito diferente para que eu fale “Prefiro este!”, porque cada um tem sua característica que me
chama atenção.
EI - O que você está escrevendo atualmente?
RG - A minha cabeça não para: eu tenho escrito a continuação de
Reencontros, estou escrevendo uma
trilogia sobrenatural, que se chama “Trilogia do Espetáculo”, estou escrevendo
um livro que é uma “continuação” de Cordas Rompidas, porque uma amiga minha
disse: “Você tem que escrever uma continuação”, mas os personagens já fecharam
a história, então estou escrevendo, mas não a continuação de Lizzie e Greg, é a
filha de Lizzie e Greg , estou escrevendo mais um também que se chama
“Torniquete”, que está bem no início, e a gente vai tendo um monte de ideias e
estou escrevendo vários livros ao mesmo tempo. (Risos)
http://www.livrocordasrompidas.blogspot.com.br/
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